Na próxima etapa da sua vida, Pam, a Rainha Todo Mel da Flor, é capaz de controlar todos os dons que tinha e os que forem surgindo ao longo do tempo.
Ao lado do Rei Piaso, a Rainha Pâmela enfrentará todos os perigos e suportará todas as dores em nome do amor que sente pela sua família e pelo povo de Águas.
Ela será capaz de tudo para protegê-los, principalmente os seus filhos e o amor da sua imortalidade.
Pam será forte e frágil em alguns momentos.
Ela será uma Rainha em potencial, uma mãe na plenitude da palavra.
Nesse volume você entenderá e desvendará os mistérios do povo do mar, assim como o funcionamento desse universo paralelo.
Lacunas serão preenchidas.
Problemas serão solucionados.
O mal será exterminado.
Seja bem vindo ao Terceiro volume da Série Águas.
Leia as 10 primeiras páginas do livro agora!
SUMÁRIO
Lar .................................................................................... 05
Sofrimento .................................................................................... 50
Solidão Provisória .................................................................................... 68
Feliz Aniversário .................................................................................... 76
Conselho .................................................................................... 97
Tranquilidade .................................................................................... 122
Festa Surpresa .................................................................................... 141
Cotidiano .................................................................................... 155
Natal .................................................................................... 172
Alerta .................................................................................... 193
Estratégia ..................................................................................... 210
Plano Perfeito ..................................................................................... 227
Novo Ataque ..................................................................................... 245
Superação ..................................................................................... 263
Clamaria ..................................................................................... 276
Patrick ..................................................................................... 290
Pam ..................................................................................... 347
Reação ..................................................................................... 348
Julgamento ..................................................................................... 368
De volta à vida ..................................................................................... 385
Novos Personagens ..................................................................................... 396
Pam
Lar
Acordar
e ter a certeza de que eles estavam lá comigo foi a sensação mais incrível dos últimos meses. Hiero e Abnara estavam
lindos dormindo em seus berços quando fui checá-los às cinco e meia da manhã.
Toda a iluminação do quarto dava um ar aconchegante e tranquilo, o silêncio só
era quebrado pelo leve som das águas abençoadas da cachoeira que entravam pela
porta da varanda do quarto deles.
–
Mamãe ama vocês. – Sussurrei e beijei a
testa de Hiero e logo depois de Abnara, deixando visíveis as suas peles e as suas
lindas coroas. – Vocês são o Príncipe e a Princesa da mamãe. Valeu a pena
cada minuto.
O Patrick
ainda dormia quando voltei para o quarto, então não quis acordá-lo. A nossa
noite foi tão maravilhosa que ele simplesmente apagou comigo deitada sobre ele.
Ajoelhada ao lado da cama, olhando e adorando o seu rosto sereno, vi que o meu
marido estava merecendo um descanso depois de toda aquela tensão. Eu não
conseguia imaginar tudo o que ele tinha passado, só sabia que era demais. A sua
mente, até o último segundo em que ele estava acordado, estava parcialmente
fechada para mim, com certeza ainda pensando em editar alguma coisa. Talvez ele
mesmo quisesse contar num momento mais tranquilo e não naquela hora em que ele
finalmente podia me amar como um louco, completamente hipnotizado pelo meu canto,
livre de todas as preocupações e ameaças.
Como
fazia desde o primeiro dia em Águas,
fui até a varanda do nosso quarto para contemplar a vista da minha praia, ver
aquele lindo mar, o céu azul, as árvores de todos os tons de verde na encosta
da montanha, as areias brancas e sentir o cheiro da minha ilha. Ao longe, perto
do limiar da névoa, os protetores dos meus filhos me deram bom dia em suas
mentes e eu os retribuí com o sorriso. Manuar e Ferry estavam bem calmas, Roshy
e Raksmy estavam mais ansiosos, eles queriam muito ver os bebês.
“– Vocês os conhecerão ainda hoje, está
bem?”, pensei e sorri deixando os
animais muito mais tranquilos e felizes com a promessa.
Garanti
que eles passaram bem a noite e que estavam bem apesar de terem nascido antes
do tempo. Roshy me perguntou preocupado pela fêmea zailón que os ameaçavam, mas
garanti que ela não faria mais mal algum a eles, que o pai havia garantido que
ela não nos importunaria mais, assim como o seu marido. Pedi para que eles a
esquecessem também, que não ficassem amargurados, mas foi muito difícil
convencê-los. Eles apenas me prometeram não procurá-la e que protegeriam os nossos
bebês. Agradeci, mesmo podendo ver em suas mentes que a história não tinha se
dissipado e que se ela voltasse eles agiriam. Por mais que eu não desejasse
aquilo, me senti mais segura.
Olhei
para o Patrick quando voltei para dentro do quarto e ele ainda dormia
serenamente, lindo deitado em nossa cama. Sua mente parecia calma e não
consegui captar nenhum tipo de angústia ou preocupação. Coloquei uma roupa mais
apresentável e fui preparar o nosso café da manhã com tudo o que ele gostava.
Meu Piaso merecia um agrado depois de tudo que aconteceu.
–
Eu te amo. – Sussurrei no ouvido dele
antes de sair.
Enquanto
eu preparava o nosso café da manhã, pensava e percebia que depois do parto dos
nossos filhos me senti muito mais forte e capaz. Todo o perigo havia passado,
eu não me sentia mais cansada e com medo por eles. Aos poucos eu testava cada
um dos meus dons e todos funcionavam perfeitamente. Eu conseguia me
transportar, levitar, mudar suavemente o tempo, controlar o vento e a água, e
todos os outros. No pomar, colhi milho, inhames e mandiocas com a mente,
flutuei cada fruta para sua cesta, me transportei para a cachoeira e busquei
água para mim e para o Patrick; no jardim, fiz nascer lindas flores coloridas
para embelezar mais o ambiente, mas foi na cozinha que tive a minha mais nova
surpresa.
–
Será? – Disse ao olhar para o fogo acesso
enquanto cozinhava a mandioca, o inhame e o milho para o café da manhã.
Perto
do fogo, estendi minha mão e mentalizei. Se tudo o que eu havia desejado desde
o dia em que me tornei Rainha de Águas
aconteceu, se eu conseguia controlar as águas do mar, o vento, o tempo e os raios,
talvez eu conseguisse controlar o fogo também. Depois de alguns segundos
comecei a ver umas chamas vindo na minha direção e fechei a mão. Ao mesmo tempo
em que eu estava ansiosa e excitada por tentar, tinha medo de me queimar ou até
mesmo incendiar a minha casa. Respirei fundo, estendi a minha mão e tentei mais
uma vez.
–
Incrível. – Disse quando o fogo pairou na
palma da minha mão, mas não me queimou.
Passei
o fogo de uma mão para outra e a chama ainda se concentrava ali, não tomava a
minha mão por completo nem se estendia pelo meu corpo. Pensei em extingui-lo e
a chama foi diminuindo, desisti e ela voltou a sua forma anterior. Toquei uma
mão na outra e a chama se dividiu. Fechei uma mão e o fogo simplesmente
desapareceu. Fiz várias experiências e tudo funcionava perfeitamente de acordo
com os meus pensamentos. Eu me sentia forte, poderosa e capaz de me controlar
como nunca havia me sentido, capaz de defender qualquer um se preciso fosse,
principalmente os meus filhos e o meu Piaso.
–
Última experiência. – Disse a mim mesma e
abri minha mão.
Mentalizei
e desejei que uma chama surgisse na palma da minha mão, mas não aconteceu. Não
desisti, pensei novamente e depois de algumas tentativas eu consegui. Fiquei
tão impressionada comigo mesma que quase me esqueci de tudo.
–
Bom dia, meu amor. – Sussurrei baixinho no
ouvido do Patrick quando subi com nosso café da manhã. – Trouxe seu café da
manhã, meu Rei.
–
Bom dia, minha Rainha. – Ele sussurrou
sonolento e acariciou o meu rosto.
–
Você quer dormir mais?
–
Quero você. – Ele sussurrou e me beijou.
–
Fiz suco de acerola que você gosta. – Murmurei
me deitando sobre ele. – Temos que tomar café antes dos bebês acordarem.
–
Eles estão bem. – Ele sussurrou beijando
meu pescoço. – Eu te amo.
–
Eu também. – Disse sorrindo enquanto acariciava
os cabelos dele. – Você não está com fome? Fiz o suco com a água da
cachoeira e está delicioso.
–
Não mais que de você. – Patrick sussurrou
sentindo a minha pele ao me deitar na cama.
–
Os bebês, Patrick. Eles acordarão. – Sussurrei
quase desistindo quando ele transferiu energia para mim.
–
Desista. – Ele disse e mentalmente fechou
a porta que dava para o quarto dos bebês. Também fechou a porta da varanda do
nosso quarto e as cortinas. – Canta para mim, minha Sereia.
–
Você não se cansa de me amar?
–
Não. – Ele disse ao entrelaçar os dedos
em meus cabelos. – Canta para mim, minha Sereia.
No
segundo em que eu comecei a cantar tudo pareceu sumir da sua mente, ele só
pensava em mim, no meu corpo, em sentir na minha mente o prazer que me
proporcionava, em trocar energia comigo e ser feliz. Suas pupilas dilatadas
estavam fixas nos meus olhos enquanto ele rasgava minhas roupas e me tocava.
–
Minha Sereia. – Patrick grunhia enquanto
me amava.
–
Me ame, Piaso. – Sussurrei no seu ouvido
enquanto cantava na sua mente.
–
Eu já tinha treze anos de amor por você guardado dentro de mim. – Patrick rosnou na minha pele. – Juntei
todos os dias da gravidez que não pude te amar. Agora eu quero você. Sempre!
–
Todos os dias. – Sussurrei.
–
Todos os momentos que eu puder. – Ele
rosnou sentindo a minha pele. – Sou louco pela minha Sereia. Sou louco por
você, minha vida.
Quase
meia hora depois parei de cantar para desespero do Patrick. Ele queria mais, não
estava nem um pouco satisfeito ou seu desejo por mim controlado, mas eu sentia
que estava perto da hora dos bebês acordarem e precisava controlá-lo.
–
Cante mais para mim. – Patrick me pediu.
– Quero você, Pam. Muito.
–
Amor...
–
Não diga nada, minha Sereia. – Ele
sussurrou e me beijou. – Eu te amo, quero você, quero ouvir mais...
–
Venha tomar um banho comigo. – Pedi ao me
levantar e me transportar para o banheiro.
–
Te quero. – Ele sussurrou e me seguiu.
–
É só para um banho, Patrick. – Sorri ao
ver na mente dele o que pretendia.
–
Ainda temos pelo menos mais meia hora antes deles acordarem. – Ele disse ao entrar no box atrás de mim.
–
Mas ainda temos que tomar café e mudar de roupa.
–
Dá tempo. – Ele sussurrou beijando meu
pescoço.
–
O que te deu hoje? – Perguntei sorrindo e
ofegando quando ele transferiu energia novamente para mim. – Você está
diferente. Sua mente está diferente.
–
Estou feliz... Me sentindo livre... Tranquilo. – Ele sussurrou olhando nos meus olhos.
–
Eu te amo. – Disse acariciando os cabelos
úmidos dele. – Mas temos mesmo que estar prontos quando eles acordarem.
–
Eu sei. – Ele resmungou e vi seu rosto se
contorcer. – Mas eu te quero. Nunca é suficiente, minha Sereia.
–
Eu sei, amor. – Disse tocando nos lábios
dele. – Prometo que essa noite, vou cantar por... Três horas para
compensar.
–
Três horas? – Ele sorriu quando perguntou.
–
Sim, até você não aguentar mais. – Sorri
ao dizer.
–
Vou beber bastante água da sua cachoeira. – Ele
me desafiou e eu sorri.
–
Será que um dia conseguiremos compensar os treze anos?
–
Não sei... Mas continuarei tentando. – Ele
disse e me beijou.
Eu
precisava mudar o foco da sua mente antes que eu não aguentasse mais e cedesse
mais uma vez. Eu queria, muito, mas tinha que pensar por nós dois, porque se
fôssemos pela mente dele naquele momento os bebês ficariam com fome.
–
Queria te mostrar uma coisa. – Disse
enquanto ele me ensaboava mais conformado.
–
Estou percebendo que tem um canto da sua mente obscuro.
–
Eu queria te mostrar pessoalmente.
–
Então me mostre. – Ele disse e se afastou
de mim.
–
Não sei se vou conseguir aqui. – Avisei.
Dentro do box estava muito úmido.
–
Prometo não te agarrar. – Ele disse com
humor.
“– Como se você conseguisse.”. Pensei com
humor.
–
Tudo bem, vou tentar pelo menos. – Ele
riu ao confessar.
Estendi
minha mão e a sequei na toalha do lado de fora do box. Fique mentalizando,
olhando firme para minha mão até que a pequena chama surgiu para espanto de
Patrick. Tentei passar de uma mão para outra e mesmo na minha mão úmida a chama
se dividiu.
–
Quando isso aconteceu? – Patrick arfou ao
passar a mão sobre a chama e sentí-la quente. Ele imaginava que talvez fosse uma
ilusão.
–
Não é ilusão, é real. – Garanti. –
Foi agora de manhã, eu estava preparando as coisas na cozinha.
–
Posso tentar?
Patrick
estendeu a mão para mim e viu na minha mente, naquela hora completamente
liberada, como tudo aconteceu, tudo que eu fiz e pensei. A chama passou para a
mão dele e meu marido pôde sentir que não o tocava, não queimava como ele
imaginava.
–
Pense em extinguí-la. – Disse.
–
Sumiu. – Ele reclamou quando a chama
desapareceu.
– Você
foi rápido demais. – Sorri ao dizer.
– Agora tente fazê-la voltar.
–
Incrível. – Ele disse quando a chama
surgiu mesmo na sua mão úmida. – Nunca ouvi falar nisso, amor. Você... Você
é incrível, maravilhosa...
–
Também estou impressionada. – Comentei sorrindo.
–
Você é realmente muito poderosa, Pam. – Ele
disse olhando nos meus olhos. – É incrível como você está confiante e
forte. Sinto isso na sua e na minha também.
Assim
que saímos do banheiro e mudamos de roupa fomos ao quarto dos bebês para
checá-los e ver se estava tudo bem. Abnara sorriu ainda dormindo quando Patrick
se aproximou, foi lindo ver a reação dele.
–
Ela é tão pequenina. – Patrick sussurrou.
–
Ela é perfeita. – Disse olhando para a
nossa bebê. – Ela é forte e será uma linda Rainha.
–
Fiquei muito preocupado quando ela demorou a nascer. – Ele disse e vi seus olhos umedeceram. – Não podia perder a minha
menina.
–
Ela está aqui conosco, é o que importa. – Garanti
e olhei para Hiero. – Ela vai pegar mais peso e ficará forte como nosso
Hiero.
–
Obrigado. – Ele disse quanto tocou no meu
rosto ao se aproximar de mim.
– Por
quê?
–
Obrigado por ser minha... Por ter me aceito... Por estar aqui e me tornar
Rei... Por me fazer pai... Por me compreender e aceitar minhas paranóias e
loucuras. – Ele disse olhando nos meus
olhos, vendo como os meus respondiam aos dele, brilhando lilás de felicidade.
– Você realiza os meus sonhos e desejos a cada dia, Pam. Eu te amo hoje mais
que ontem...
–
E menos que amanhã. – Completei me
abraçando a ele. – Nada disso seria possível se você não tivesse me salvo
pela primeira vez.
–
Acho que de um jeito ou de outro nos encontraríamos. – Ele disse enquanto saíamos do quarto para não acordar os bebês.
Patrick
resolveu me contar mais sobre a sua vida, coisas que não pudemos falar por
conta de toda a confusão nos primeiros meses da nossa união. Estávamos sempre
tão envolvidos com toda ameaça que nos rodeava que esquecíamos até de nós
mesmos às vezes.
–
Por que você acha isso? – Perguntei
quando senti na sua mente que ele realmente acreditava naquilo.
–
Não sei exatamente. Mas de uma forma ou de outra o meu destino era você. Nós
tínhamos que estar juntos, você tinha que ser minha. Ao contrário dos meus
amigos, eu sempre sentia a necessidade de ir a terra, de querer conhecer os
mortais.
–
Você nunca me falou muito da sua infância e adolescência. – Comentei quando nos sentamos para tomar
café.
–
Minha vida era comum, Pam. – Ele disse e
me mostrou tudo na sua mente. – Era exatamente igual a das crianças e dos
adolescentes que você vê aqui na ilha. Comecei a estudar com três anos, fui
aprendendo as línguas, um pouco da nossa história e do mundo, além de como
lidar com os mortais em terra. Igual a qualquer outro Ser.
–
A conhecia...
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